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February 16, 2005

[crossroads]

[crossroads]


Chego ao final deste caminho. Talvez não seja bem o seu final, mas um novo início. Ele não termina neste ponto. Parte-se em dois, bifurca-se para a esquerda e para a direita. Aqui, no mei do nada, num qualquer lugar perdido desta floresta desolada como o mundo.

É quase como ter uma vez mais os comprimidos vermelho e azul à minha frente. Uma escolha, impossível de evitar. Voltar para trás não é opção. E nem sempre esperar o pode ser.

Olho alternadamente para ambos os lados. Há algo que insensivel e irresistivelmente me atrai no caminho da esquerda. Não sei bem o que é; mas sinto o meu coração bater mais forte sempre que os meus olhos contemplam a sombria e silenciosa estrada sem fim que se abre à minha esquerda. O caminho da direita parece-me familiar. Há algo nele que apela à minha nostalgia, a algo aparentemente escondido na minha memória. Se o da esquerda, no entanto, está envolto em sombras, o da direita está envolto em névoas espectrais, velado por um enigmático manto de pálido mistério.

Apetece-me bradar aos céus as palavras proibidas que me trespassam a alma e correr desvairadamente pela esquerda. Se o não fizer, porém, para a neblina da direita não caminharei, que planos de recurso devem jamais ser aplicados às emoções humanas... se assim for, às cegas avançarei em frente, caminharei por entre as árvores para o vazio, desbravarei o meu caminho à força, se for preciso, por entre a floresta do nada. Até que a minha jornada suicida em mostre um novo caminho.

("crossroads", fotografia por Catherine Ames)

[Nota: este post nada tem que ver com política. Sei que quem já conhece a "linha editorial" deste blog não fará a confusão (as minhas políticas têm outro espaço). De qualquer maneira, e just in case...]

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