testing a new face for the old blog. tried other platforms, but no other seemed good enough.

June 27, 2005

The Dead Poets Society

The Dead Poets Society


The night is made of crystal.

There is no sound out there in the wild of concrete and glass and human minds asleep.

The wind is quiet, his breathe suspended.
The Moon fades, upon the sky of dark.
The room stays still, my ghost haunts it.
Darkness surrounds, in silent steps.
The city is dead, to live again.

The concrete walls fall, undisturbed.
The glass shatters, silently.
The human body sleeps, unaware.
The minds awake, his eye lies open.
The face of the dream draws near, with the glowing stars.

The dream is now free. And,
Though the city lies in pieces
And the body is dead, asleep,
The dream lives, to never die.

1

O CAPTAIN! my Captain! our fearful trip is done;
The ship has weather'd every rack, the prize we sought is won;
The port is near, the bells I hear, the people all exulting,
While follow eyes the steady keel, the vessel grim and daring:
But O heart! heart! heart!O the bleeding drops of red,
Where on the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.

2

O Captain! my Captain! rise up and hear the bells;
Rise up - for you the flag is flung - for you the bugle trills;
For you bouquets and ribbon?d wreaths?for you the shores a-crowding;
For you they call, the swaying mass, their eager faces turning;
Here Captain! dear father!This arm beneath your head;
It is some dream that on the deck,
You?ve fallen cold and dead.

3

My Captain does not answer, his lips are pale and still;
My father does not feel my arm, he has no pulse nor will;
The ship is anchor?d safe and sound, its voyage closed and done;
From fearful trip, the victor ship, comes in with object won;
Exult, O shores, and ring, O bells!But I, with mournful tread,
Walk the deck my Captain lies,
Fallen cold and dead.
Walt Whitman

(for those who dare to dream)

June 17, 2005

[para além do mar]

Um dia encontrar-nos-emos novamente. Longe, para além do mar imenso que contemplamos, para além das distantes estrelas que polvilham de luz o breu do céu nocturno. Um dia, em paz. Toda a mágoa apaziguada, toda a dor dissolvida. Sós, no infinito, frente a frente pela derradeira vez - ou, talvez, pela primeira vez, verdadeira, em todo o sempre. Então me entenderás e eu a ti sem que uma palavra seja trocada. Então todas as escolhas convergirão na compreensão de uma existência errática e selvagem. Então seremos só nós, solitários no vazio, sem espaço ou tempo que nos limite. Então existirá compreensão, redenção dos erros, perdão do ódio, memória do amor. Sorrir-te-ei, em paz, e tu a mim. Perceberei os teus passos, e tu os meus. Aceitaremos a vida que se esconde a poente, abençoaremos a noite que nos desvanecerá e aos nossos mundos.

Um dia, quando a última estrela brilhar nos céus, intensa como nenhuma outra, memória última de um mundo que se extingue.



Um dia... para além do mar....

June 13, 2005

[different paths]

[different paths]

Talvez seja agora o momento. Agora, quando não o espero, quando não o sinto. Agora, quando olho para o horizonte de crepúsculo e já não vejo o Sol descendente velado por um manto de sombra. Os ventos mudaram, e trouxeram uma nova esperança a este mundo devastado. Não há ainda nas árvores novos rebentos - nem creio que venha a haver até ao frio Inverno -, mas toda a terra morna irradia um aroma de fecundidade. Os vapores etéreos que por entre as cinzas dos despojos de guerra se escapavam deram lugar a uma suave névoa matinal. As frescas brisas das florestas do Sul trazem os ecos das palavras doces que me segredas ao ouvido.

Cai a noite, mas não mais a temerei. No céu já brilham estrelas novamente. A sombra desvanece-se. A noite avança, a aurora radiante aproxima-se. Ela afastará o que das trevas restar, os fantasmas de outros tempos que perduram num mundo que não mais será seu. Talvez não acorde para ti. Mas decerto o meu novo acordar se deverá a ti, e só a ti.

June 06, 2005

reflexão de lp girl

(lp girl: como te disse, inspiraste-me, e quando é assim nada há a fazer. O teu texto foi o melhor pretexto que poderia ter encontrado para a materialização destes pensamentos.)

Não costumo alimentar sonhos de retorno, sabes? No fundo creio o amor como a guerra - os erros cometidos não se apagam, não se esquecem, não se perdoam. Da mesma forma, quando uma relação termina, não há vencedores ou vencidos, não há glória ou qualquer honra a conquistar - apenas a sensação vazia de se escolher ou de se submeter a um caminho que invariavelmente nos arrasta à quinta esfera do inferno de Dante. Todos os ganhos que a visão irada nos mostram são evanescentes, quando não ilusórios - quando se ama de verdade, evidentemente.

Na tempestade do pós-guerra, o pior de tudo é o olhar. Fere mais do que as palavras precisamente porque nada diz. Mas mostra tudo - a admiração pela nova pessoa que nos substitui com inacreditável rapidez, o ódio pela nossa decisão magoada ou desesperada, o desejo de um regresso aos tempos de sonho que no momento presente parecem tão distantes no tempo. É a derradeira arma, que não mata, mas confunde, prende, atormenta. Ainda hoje, se queres que te diga, não o consigo compreender. Somente sei que atordoa os meus sentidos e que turva a minha mente ao ponto de não me deixar ver coisa nenhuma. Mas não me mostra nada - ou talvez seja eu que não consigo (ou quero) ver claramente aquilo que eles verdadeiramente me querem mostrar.

Há apenas uma coisa que posso dizer, longe dos lugares comuns do tempo curar tudo e quejandos. O pós-guerra (pós-amor) supera-se afastando não o olhar da pessoa perdida, mas os pensamentos de vingança para com ela. Pode até a vingança ser um prato que se serve frio - mas desde quando é agradável comer algo frio? Na guerra, a vitória não favorece nem os justos nem os malditos - mas os preparados. E preparados estarão aqueles que se assumem sem complexos. Que assumem os sentimentos, as angústias, as desilusões, os sonhos.

June 04, 2005

Visions

[Visions]

Isto era o que Evaila via.

Um vasto céu de cores amenas em aurora radiante e permanente. Não havia sol, nem qualquer outra estrela que lhe desse a luz; era como se a sua luminosidade fosse natural, como se emanasse directamente do vazio. Formações de nuvens que pareciam algodão cruzavam vagarosas a manhã gloriosa, movidas por uma suave brisa fresca que lhe fazia ondular os cabelos negros. Abaixo dos seus pés descalços, o mar infinito fluía e refluía constante, sem ruído; um vasto espelho azul acima do qual pairavam as verdes ilhas voadoras onde, em tempos idos, Nifrithe mandara erguer os seus palácios de altas paredes de alabastro, com imensas torres de marfim e portas esculpidas em ouro. Imensos vitrais de mil cores reflectiam a luz da manhã como cristais, projectando pelas superfícies reluzentes dos templos arco-íris de todas as cores possíveis. Um mundo de pureza, de paz, onde o mal jamais poderia ser concebido.

Isto era o que Narayan via.

Um céu tempestuoso de negras nuvens ameaçadoras, por entre as quais espreitava a eterna Lua de Sangue, que iluminava a noite eterna com a sua rubra radiância. Aqui e ali relâmpagos arroxeados cruzavam os céus em revolução e os trovões distantes ecoavam ameaçadores. Um vento furioso soprava inconstante de Leste, dos longos vales desolados. À sua volta, os palácios e templos de obsidiana polida, um espelho de breu da noite sem fim. Ao centro da praça da mesma rocha negra, erguia-se uma imensa torre de obsidiana, esculpida com caracteres de línguas há muito perdidas; a suprema obra de Nitramneadh, que à torre e à lua vermelha deu a sua própria maldição. Um mundo de sombras, de corrupção, de ódio, onde o bem jamais poderia ser concebido.

(the chronicles of the underworld)