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July 20, 2005

Diário do Planeswalker

A única coisa que a sua visão turva podia perscrutar da cidade em estático movimento era similar a uma alucinação. Um mar de indivíduos sem rosto cobria as ruas de penumbra. Sem sombra. Sem alma. Não havia ali qualquer presença, qualquer forma velada de bem ou de mal. Apenas indiferença, corpos de carne e osso suados ao frio calor daquela hora incerta. Rostos indistintos, sem emoção, sem reflexo. E sempre, a persegui-lo, como a sombra que misteriosamente não projectava naquele mundo singular, a estranha sensação de quebra na sua imortalidade e no seu poder. Tudo aquilo que sabia lhe parecia difuso, insignificante. Menos a evidência que inevitavelmente traíra as suas expectativas: ela não estava ali.

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