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July 19, 2005

Diário do Planeswalker

E eis que, de súbito, sente um desconforto a expandir-se dentro de si, a alastrar devagar por todo o seu ser, tomando de assalto a sua até então (quase) inabalável autoconfiança. O novo mundo aonde as divagações pelos fluxos de energia do cosmos o haviam conduzido impunha-se-lhe, agora, na sua vastidão de rubros rochedos nus, nos seus céus de breu sem estrelas, na sua ausência de uma fonte primordial de luz. Sentia as forças daquela natureza a convergirem, a darem-lhe forma. Mas não lhes podia tocar como outrora. Não as podia mover, manipular, moldar ao mero sabor do seu desejo e do seu poder latente. Algo na essência daquele mundo inóspito lhe era estranho, diferente. Nela não podia simplesmente entrar. Nela, não detinha qualquer poder - a ela, ao qualquer deus que a concebera, cabia todo o poder. Necessitava de um esforço, de uma concentração que nunca se preocupara em dominar porque nunca lhe fora necessária. O que, de imediato, lhe provocou uma torrente de dúvidas em desalinho, nas quais se erguia a simples questão - o que fazer para sair dali.

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