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March 17, 2005

Through the Gates of Hell II - The Wake

(pequena nota de explicação: os evidentes problemas gráficos deste blog devem-se a erros do site que fornece o template. Sei que isto não está esteticamente agradável - é o meu lado negro literal. Mas vou dedicar parte das minhas férias a tentar criar eu mesmo um template, muito futurista, muito sci-fi, muito sombrio, muito... igual a mim. Até lá, no entanto, irei mantendo a água a correr, que é como quem diz, irei actualizando o espaço com as passagens deste novo conto que me surgiu há dias. A todos, espero que gostem... e obrigado pela atenção)

[Through the Gates of Hell II - The Wake]



Olho em volta, apenas vejo uma vasta planície desolada, escaldante. Nada daquilo que foi este mundo é mais. O dia do Apocalipse chegou, o Inferno emergiu das profundezas ardentes para destruir a felicidade que julguei inescapável. Separou-me de tudo aquilo que amava, tornou-me num anjo caído, arremessou-me para o fundo. E deixou-me contemplar toda a queda de um mundo.

Não há mais nada aqui. Apenas dor, sofrimento, fantasmas de um tempo que não volta. Vejo-os a vaguear sem rumo, sem destino, de olhar vítreo fitando o vazio. Pergunto-me se não serei também eu um deles... e não consigo dar resposta a isso. Fecho os olhos, angustiado, procuro em vão aocrdar deste pesadelo horrível.

Mas não é. É real, bem real, demasiado real. O calor sufocante queima-me por dentro cada vez que inspiro o ar fétido desta atmosfera. Não consigo ver nada, apenas sentir, sentir. Por momentos sou invadido pelo impulso de deixar-me consumir pela destruição, de atirar o meu corpo para a boca de um qualquer vulcão que irrompe livremente pelo solo, de me tornar cinza num mundo que é só cinzas. Mas não tenho coragem.

E algo dentro de mim, não sei bem onde ou como, sente-se aliviado pela minha covardia.

Atrevo-me a abrir os olhos novamente. Continua tudo na mesma. Estou vivo. No meio da morte, entre estátuas de anjos esquecidos. Mas, da mesma forma que em tempos tão distantes que a memória quase não os consegue evocar consegui encontrar o meu caminho para o paraíso com o qual sempre sonhara, conseguirei agora encontrar o meu caminho para fora dos Infernos. Seguro firme na minha espada, que tantos demónios já combateu no passado. Que a minha guerra contra um mundo comece, aqui e agora.

(continua)

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