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December 19, 2004

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... uma pequena cobra que espreita por entre as irregulares pedras da fonte, dançando embalada pelo mágico som da água em mansa queda, ao ritmo da fria brisa que de parte incerta sopra, suave, como um sussuro... a luz cristalina do entardecer que por entre as persistentes nuvens abre caminho, cedendo tranquilamente, por mais uma volta do ciclo eterno, o lugar ao crepúsculo, à escuridão que nunce verdadeiramente nos envolve... confidências sérias, riso, um compromisso futuro que não se afigurará tão distante talvez, palavras trocadas no silêncio que nos envolve em sonho, o passado ancestral esculpido em pedra a cada esquina, o verde natural sempre presente, o inconstante bulício humano que se desvanece... há muito que me esquecera da sensação; e, apesar de nunca ter lá estado antes, senti-me em casa, como se tudo aquilo que contemplava ou concebia como existente para além da escassa visão que as fragas de tons esverdeados do fofo musgo me permitiam fosse meu, nosso, só nosso... não senti Tempo, não senti dor, não senti mágoa... Apenas um imenso apaziguamento interior, uma sensação de leveza de espírito, de evanescência... tudo se dissolve neste final de tarde infinitamente doce, onde tudo e nada importa, onde a descoberta do mundo e de nós se tornam numa caixinha de supresas... Contemplo a luz a declinar no horizonte, ouço o renascer dos sons da noite que chega, a passinhos mansos para nos não perturbar, e é como se sentisse o Futuro a aproximar-se, velado no surpreendente sabor que me dás a provar... um Futuro onde a luz pode nascer, onde concebo acreditar na sua presença, na sua radiante aura...

Um momento perfeito...

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