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November 14, 2004

[sometimes, fear must be set aside - because sometimes, love is stronger than anything]

[sometimes, fear must be set aside - because sometimes, love is stronger than anything]



Sinto-me cansado. Cansado de deambular por mundos e mundos, procurando qualquer coisa que nem sei bem o quê. Cansado de a cada passo que dou tropeçar em fragmentos do meu passado que teimosamente insistem em ficar presentes, de forma evanescente e perturbadora. Cansado de regressar a este lugar, quando nada mais me resta. Cansado de fugir, nem sei bem de quê ou de quem.

Não mais.

Deixo por momentos a minha imaginação fluir livremente pela noite fria, sinto o meu corpo desvanecer-se, o cimo da torre de Nitramneadh diluir-se no caos de energias em turbilhão do espaço entre mundos. No segundo que se segue tudo é nada e o nada é tudo. Apenas o caos à minha volta. Até que também o caos se desvanece, revelando as brumas de um novo mundo.

Não é um novo mundo, afinal. Estou na floresta onde antes já estive. Tudo é luz à minha volta, como se as trevas tivessem perdido a luta. Não mais vejo o caminho que antes percorri. Estou no limiar de uma grande clareira. Um jardim. Ao centro, um pequeno riacho de cristal forma um lago de águas mansas e puras. Junto do lago, vejo-te a ti.

À tua volta, apenas luz. Como se dela fizesses parte - e talvez até faças. Contemplo-te por momentos da orla da floresta, vejo-te tranquilamente sentada na frágil ponte de madeira do lago. Fitas tudo e nada com o teu olhar meigo. Não me vês, não deixo que me vejas. Não ainda. Não enquanto souber que a minha sombra ainda me persegue. Mas aqui a minha fuga termina. Nunca foi uma opção - porque o há-de ser agora? Se paladino eu era, paladino voltarei a ser, pois que a espada e a armadura ainda estão comigo. E olhar para ti neste momento, Anjo de luz na terra, faz-me ter a certeza de que esta luta vale a pena.

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