Longe, tão longe...
(inspirado num poema da querida Blueshell)
Voltarás para mim?
Por tanto tempo repeti eu esta pergunta... às ondas do mar que soam ao longe, às estrelas do céu que brilham sobre mim, à brisa suave que passa e embala a terra... e para quê? Horas esquecidas, lágrimas perdidas, tudo por um sonho evanescente que, como a folha da árvore que perdeu a alegria do seu verde primaveril, caiu numa manhã de Outono para não mais se erguer e gritar ao mundo: amo-te!
A noite caiu, nela não brilham estrelas. A Lua escondeu-se em eclipse sem fim. O mar agita-se em revolução silenciosa. A brisa fresca que me embalava em devaneio sossegou numa calma tumular. Não vejo, não ouço. Não sinto. Não te sinto.
Não repito mais a pergunta, nem para mim. A minha voz está rouca de gritar ao vazio. Os meus olhos, secos como a terra árida que me acolhe num sono instável. Nada muda. Já não me ouves...
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